GRACIA MORALES
( Espanha )
Gracia Morales (Motril, Espanha, 1973) é doutora em Filologia Hispânica pela Universidade de Granada, onde leciona Literatura Hispanoamericana e Espanhola.
É cofundadora da companhia de teatro Remiendo Teatro, na qual trabalha como dramaturga, atriz e assistente de direção. Publicou 15 textos teatrais, alguns dos quais foram traduzidos para o francês, o português, o inglês e o italiano. A maior parte de suas peças foi montada na Espanha, na França, nos Estados Unidos e na América Latina.
Sua produção dramática ganhou importantes prêmios, entre os quais se destacam o Prêmio SGAE de Teatro Infantil e Juvenil, em 2010, por De aventuras; o Prêmio SGAE de Teatro, em 2008, por NN12; o Prêmio Miguel Romero Esteo, em 2004, por Un lugar estratégico; o Prêmio Marqués de Bradomín, em 2000, por Quince peldaños; e o Prêmio Ciudad de Requena, em 2000, por Formulario quinientos veintidós.
TEXTO EN ESPAÑOL - TEXTO EM PORTUGUÊS
UN ÁRBOL EN LUGAR DE ESTATUA. [antología de poesía] Diseño: Juan Vida. Granada, España: La Gráfiica S, C. , 2009. 39 p. (Colección Romper el Cerco) 11 x 16,5 cm. No.08 967
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda
De Hierro
De Hierro me hicieron los hombres
para que permanezcan mis cinco brazos
alados, para siempre, triunfantemente al cielo.
A ratos me entretengo mirando la ciudad.
Una paloma recorre mi ala derecha
y se caga indolente sobre uno de mis dedos.
No importa.
Una pareja se acaricia a oscuras contra mi pedestal.
No importa.
Murió hace tiempo el héroe cuyo nombre hiere mi piedra.
Murió también quien diseñó mi imagen.
Irán muriendo las palomas que se me cagaron encima
y los jóvenes que se aprietan sobre mi cuerpo a cuerpo.
No importa.
Se pudrirá su carne inútil bajo tierra.
Sólo vencerá el hierro, glorioso y firme,
ajeno desde arriba a tanta muerte.
TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
De Ferro
Os homens me fizeram de ferro
para que meus cinco braços permaneçam
aladoS, para sempre, triunfantemente para o céu.
Às vezes me divirto olhando a cidade.
Uma pomba corre sobre minha asa direita
e caga preguiçosamente em um dos meus dedos.
Não importa.
Um casal se acaricia no escuro contra meu pedestal.
Não importa.
O herói cujo nome fere minha pedra morreu há muito tempo.
A pessoa que desenhou minha imagem também morreu.
Os pombos que cagam em mim vão morrer
e os jovens que me pressionam corpo a corpo.
Não importa.
A sua carne inútil apodrecerá no subsolo.
Só o ferro vencerá, glorioso e firme,
alheio de cima a tanta morte.
*
VEJA e LEIA outros poetas da ESPANHA em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/espanha/espanha.html
Página publicada em abril de 2025.
|